sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Resgate do Domínio sobre a Terra


Será que isso é uma superstição? Como Deus permitiu tal coisa? É certo fazer isso? Com que poder? São perguntas que são verbalizadas ao lermos a seguinte passagem bíblica:

"e aconteceu que, quando Raquel teve José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir, que me vá ao meu lugar e à minha terra. ..."  ( Gênesis 30:25)

Labão não quis liberar Jacó, pois tinha sido muito abençoado e enriquecido por causa dele. Daí, Jacó faz um trato:

"Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre as cabras; isto será o meu salário."  (Gênesis 30: 32)

"Então tomou Jacó varas verdes de álamo, e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia, e pôs estas varas, que tinha descascado, em frente do rebanho, nos canos e nas pias de água, aonde o rebanho vinha a beber, e conceberam vindo a beber.
E, concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.  ...
E sucedia que cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas diante dos olhos do rebanho nos canos, para que concebessem diante das varas.
Mas quando enfraqueceu o rebanho, não as pôs. Assim, as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacó.
E cresceu o varão em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos e camelos e jumentos."
   (Gênesis 30:37-43)

Que tipo de poder era aquele? Com o passar do tempo, o homem foi se enfraquecendo e foi perdendo o poder que tinha recebido na criação:

"Os céus são os céus do Senhor; mas a terra deu-a Ele aos filhos dos homens." (Salmo 115:16)

"E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus os criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra."  (Gênesis 1:27,28)

Quantas vezes lemos essas passagens na Bíblia e não estamos vivenciando a ordem que Deus entregara aos homens; entretanto, nestes dias que nos levam para mais perto da segunda vinda de Jesus Cristo, a Sua graça tem trazido mais luz nas Suas Palavras.

A cada derramar do Espírito Santo, mais entendimento da Bíblia recebemos e vemos mais o cumprimento das Suas palavras. Tivemos que esperar tanto tempo, a fim de entender o quanto perdemos por séculos essa autoridade que possuíamos.

O homem já nasceu com uma dose de dominar e de ser um líder; entretanto, porque não canalizou essa dose para a terra e animais, acabou dominando outros seres humanos.

Nestes dias em que vivemos perto do grande Dia do Senhor, muitos estão tendo o entendimento maior das Escrituras sagradas. O ser humano anda preocupado com a ecologia e com a preservação de muitas espécies.

A Igreja do Senhor Jesus Cristo está recebendo um olhar mais extenso e expandido, saindo de sua pequena visão de igreja local numerosa para alcançar a fama de seu "império".  Ela ganha mais entendimento do Corpo de Cristo que precisa alcançar todas as nações da Terra. Ela está mais consciente de seu papel de cuidar do planeta Terra e assim cumprir com a grande comissão deixada por Jesus Cristo na Sua ascensão.
Jacó foi adquirindo o poder de dominar a terra e a criação à medida que foi sendo transformado no seu caráter. Tal poder, ele não exerceu de uma hora para outra.

Teve que ser trabalhado no seu caráter manipulador, mentiroso e covarde. Quando foi levado a Labão, teve que se submeter a um "patrão" mais enganador do que ele.
Jacó não pode ter o que queria, como estava acostumado com a sua mãe que o mimava e o superprotegia. Aprendera com a sua mãe a desejar a bênção que nem lhe pertencia.  Valeu somente que fora um desejo muito bom. Esse desejo de ter a bênção de Deus classificou-o um eleito de Deus. Em outras palavras, Deus valorizou o desejo de Jacó, em contraste ao seu irmão Esaú que desprezara a bênção, e por isso decidiu transformá-lo e prepará-lo para ser o Israel.

Deus trabalhou em Jacó o auto-controle: não podia ter o que quisesse na hora que quisesse. Teve que trabalhar para pagar o preço de uma esposa amada. Era um caminho para entender a bênção divina.
Com certeza, Jacó teve que treinar o seu corpo cansado a trabalhar em prol daquilo que mais desejava. Aprendera o preço das grandes bênçãos.

Assim também os cristãos não poderão exercer a ordem de dominar a criação e sujeitar a terra sem antes dominar o seu próprio corpo e suas vontades:

"Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha dalguma forma a ficar reprovado."  (1 Coríntios 9:25-27)

Interessante que, a fim de termos o poder e a autoridade que vêm de uma mente transformada, temos que começar com a nossa adoração entregando o nosso corpo:
 
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não  os conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."  (Romanos 12:1,2)

Jacó teve as suas vontades trabalhadas ao conviver com o seu tio Labão, que foi mais enganador do que ele. Creio que Deus, ao valorizar o desejo de Jacó pela bênção, usou aquela situação para operar uma transformação, conforme lemos: "Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu amigo."  (Provérbios 27:17)

Durante o período em que servia a Labão, Jacó foi tendo que ter paciência e pensar em  muitas coisas. Ele teve que pensar com criatividade. Não deixou de ser inteligente. Não deixou de ter abundância. Não deixou de ser abençoado por Deus. Saiu de lá mais rico e mais maduro.
Em acréscimo a essa maturidade, ativou a criatividade que Deus imprimira em todo o ser humano e exerceu o domínio sobre aqueles animais, que lhe foram o despojo de todo o tempo de servidão.
 
 
Sarah Hayashi

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